quinta-feira, 26 de julho de 2007

Ao vencedor, as batatas!


Antes de mais nada, "Transformers", o Filme, é muito bom. Prá mim, até agora, o melhor "blockbuster" lançado neste verão americano, cinema-pipoca MESMO, assumidíssimo e excelente dentro de sua proposta.
E olha que tinha tudo prá dar errado. Primeiro, pelo diretor, Michael Bay, responsável por "Armageddon" (aquele que prova que qualquer americano , mesmo débil mental, vale mais que o resto da raça humana) e "Pearl Harbour" (aquele em que uma das maiores derrotas dos EUA termina com os americanos descendo o sarrafo nos japoneses), o que, convenhamos, deixa qualquer um com o pé atrás. Depois, por ser baseado no desenho animado sucesso da garotada na década de 80, tendo como tema robôs disfarçados de automóveis travando uma batalha de vida e morte na Terra, o que ,convenhamos , deixa qualquer um com o outro pé atrás. Mas "Transformers" soube, seguindo seu próprio nome, transformar o "já visto" em algo novo, reciclado mas bom. Porque, em "Transformers", nada se cria, tudo se transforma. E são várias as referências que qualquer adulto com mais de 30 anos vai encontar durante o fime. A começar por "Curtindo a Vida Adoidado", já que o Sam de Shia LaBeouf tem tudo a ver com o Ferrris Bueller de Mathew Broderick, na postura, na malandragem ingênua, na coragem adolescente. Inclusive acredito ser este ator, em que Hollywood aposta hoje todas as suas fichas, legítimo sucessor de Broderick como protótipo do adolescente deste início de século XXI. Depois, "Gremlins". A cena de Sam com os pais, na casa cercada pelos Megatrons, é "Gremlins" puro, sendo que a referência chega a ser mencionada no próprio filme com um furgão exibindo na carroceria um belo Gizmo, na cena da batalha nas ruas. Tem "Independence Day" com os alienígenas querendo destruir a Terra e com Megatron e o Cubo, fazendo a vez da nave espacial, escondidos num laboratório. Tem "Guerra dos Mundos" com a batalha nas ruas, lembrando a cena com os Tripods. E por aí vai...
Mas, e isso é que é importante, dando a todas essas referências um frescor novo, criando um produto totalmente remodelado, que se assiste com prazer. É como uma batata. A matéria prima é a mesma mas, se adicionarmos até mesmo a um purê um pouquinho de requeijão cremoso, teremos um novo sabor, um novo prato. Se vamos gostar ou não, depende da qualidade do cozinheiro. E desta vez, tenho que confessar, eu gostei do que comi... e lambi os beiços.

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