terça-feira, 31 de julho de 2007

Tranquem as portas! Fechem as cortinas!


Gente,

Sem tentar julgar o ato em si. O assessor especial do Lula, Marco Aurélio Garcia, está sendo julgado por ter sido filmado fazendo gesto obsceno, após reportagem sobre o acidente da TAM. Não estava em local público, não estava no Palácio do Planalto, nem em nenhum saguão de aeroporto, à vista de todos. Estava em sua sala, julgando-se em local privado, julgando-se em foro íntimo. Não estava. Pergunta: não seria o caso de julgar o reporter, profissional ou não, por invasão de privacidade?

De qualquer forma, a partir de agora, cuidado amigos! Ao distribuir rosquinhas, peidar ou arrotar em casa, olhe bem pela janela; você pode estar sendo filmado e este fato poderá ser usadoi contra você.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Ao vencedor, as batatas!


Antes de mais nada, "Transformers", o Filme, é muito bom. Prá mim, até agora, o melhor "blockbuster" lançado neste verão americano, cinema-pipoca MESMO, assumidíssimo e excelente dentro de sua proposta.
E olha que tinha tudo prá dar errado. Primeiro, pelo diretor, Michael Bay, responsável por "Armageddon" (aquele que prova que qualquer americano , mesmo débil mental, vale mais que o resto da raça humana) e "Pearl Harbour" (aquele em que uma das maiores derrotas dos EUA termina com os americanos descendo o sarrafo nos japoneses), o que, convenhamos, deixa qualquer um com o pé atrás. Depois, por ser baseado no desenho animado sucesso da garotada na década de 80, tendo como tema robôs disfarçados de automóveis travando uma batalha de vida e morte na Terra, o que ,convenhamos , deixa qualquer um com o outro pé atrás. Mas "Transformers" soube, seguindo seu próprio nome, transformar o "já visto" em algo novo, reciclado mas bom. Porque, em "Transformers", nada se cria, tudo se transforma. E são várias as referências que qualquer adulto com mais de 30 anos vai encontar durante o fime. A começar por "Curtindo a Vida Adoidado", já que o Sam de Shia LaBeouf tem tudo a ver com o Ferrris Bueller de Mathew Broderick, na postura, na malandragem ingênua, na coragem adolescente. Inclusive acredito ser este ator, em que Hollywood aposta hoje todas as suas fichas, legítimo sucessor de Broderick como protótipo do adolescente deste início de século XXI. Depois, "Gremlins". A cena de Sam com os pais, na casa cercada pelos Megatrons, é "Gremlins" puro, sendo que a referência chega a ser mencionada no próprio filme com um furgão exibindo na carroceria um belo Gizmo, na cena da batalha nas ruas. Tem "Independence Day" com os alienígenas querendo destruir a Terra e com Megatron e o Cubo, fazendo a vez da nave espacial, escondidos num laboratório. Tem "Guerra dos Mundos" com a batalha nas ruas, lembrando a cena com os Tripods. E por aí vai...
Mas, e isso é que é importante, dando a todas essas referências um frescor novo, criando um produto totalmente remodelado, que se assiste com prazer. É como uma batata. A matéria prima é a mesma mas, se adicionarmos até mesmo a um purê um pouquinho de requeijão cremoso, teremos um novo sabor, um novo prato. Se vamos gostar ou não, depende da qualidade do cozinheiro. E desta vez, tenho que confessar, eu gostei do que comi... e lambi os beiços.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Outro dia, outro telejornal, mesmas nuvens...


Ontem (24/07), cheguei em casa cedo. Entre a novela das 7 (meia boca) e a das 8, ops!, 9 (muito boa), o Jornal Sanduíche, ops!, Nacional. Agora sim, vou ficar finalmente informado. E aí, num telejornal de exatos 45 minutos, fico sabendo a cotação do dolar, a previsão do tempo e... Pan e TAM. Só. Só. Só. Nada mais houve, nada mais interessa, nada mais se divulga. O Rio de Janeiro continua lindo e sem violência, no Oriente Médio acabaram-se os atentados e os sequestros, em São Paulo o trânsito está ótimo e as greves contidas e, em Brasília, o Executivo saiu de férias junto mcom o Legislativo. Aliás, é de se supor, o Mundo todo saiu de férias e está no Rio, curtindo o Pan. Ou melhor, não, já que, com a crise aérea, deve estar parado em algum aeroporto, esperando conexão.

terça-feira, 24 de julho de 2007

O Brasil nas nuvens

Ontem, (segunda), cheguei tarde em casa. Bye, bye, Jornal Nacional, fiquei esperando pelo Jornal da Globo. Jogo de volei, Brasil 3 sets a 0, e lá vem ele, o último jornal da noite na Globo, o próprio, o Jornal da Globo. Quase estourei pipoca prá assistir ao jornal e saber o que havia acontecido durante o dia (perto da hora de dormir, estômago pesado, pipoca não!) e... fiquei sabendo que, em 23/02/2007, só haviam acontecido três assuntos dignos de nota:
1. O último ocupou uns três minutos, porisso começo por ele: o bate-boca Alonzo/Massa, que aconteceu no domingo. Assunto antigo, nada de novo, notícia requentada.
2. O primeiro, dois blocos: caos aéreo e acidente da TAM. Na verdade, um assunto só com dois tópicos. E fiquei me perguntando (sem, de forma alguma, diminuir a extensão do problema, mas também sem aumentá-la): qual o percentual de brasileiros que viaja de avião? Qual a parcela da população afetada pelo problema e a quem a notícia realmente interessa?
3. Os Jogos Panamericanos, ou melhor, o desempenho dos atletas brasileiros no Pan, o que é muito diferente. Aliás, nem isso: as vitórias dos atletas brasileiros no Pan.
Quanto a ataques no Oriente Médio, violência no Rio de Janeiro (repararam que, desde o início do Pan, a violência no Rio - antes um dos assuntos prediletos do telejornalismo - acabou? Mistério...), escândalos políticos, nada. Os fatos relevantes do mundo resumiram-se a Pan e TAM.
Ou seja, ao que me parece, o brasileiro ou está fuçando as nuvens atrás do vôo atrasado ou com a cabeça nas nuvens, maluco com tantas medalhas. Quanto ao que nos interessa no dia-a-dia, resta-nos exercer o positivo exercício da criatividade. Fui dormir tão esclarecido quanto quando acordei.

domingo, 22 de julho de 2007

Mais Jornalismo...

Texto da coluna "Conversa Fiada" do Paulo Henrique Amorim deste domingo (22/07):

"Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil."

quinta-feira, 19 de julho de 2007

O Papel do Jornalismo (ou 17-07-2007/2)

É de minha natureza procurar outros pontos de vista. Frizo bem: sem esquecer ou tentar diminuir os já propostos e com os quais concorde. Acredito que é através da confrontação (já que "discussão" é hoje uma palavra "politicamente incorreta") que o ser humano evolui, pois que é questionando seus princípios enraizados que ele os atualiza ou até mesmo descarta e substitui.
Saint-Exupéry dizia que a Vida é como uma árvore e que o ser humano é como uma folha dessa árvore: apenas a vê de sua prespectiva, os poucos galhos que contempla, parte dela. Só Deus é do tamanho da árvore. Porisso gosto de fazer pensar, muitas vezes mostrando outra perspectiva (a minha) da mesma árvore.
Não é que eu descarte os erros (e graves) que estão sendo cometidos durante toda esta crise do "caos aéreo" e mesmo anteriores a ela e nem que eu não pense que a situação esteja insuportável e que deva ser revoltante aguardar horas, senão dias, num saguão de aeroporto. Já escrevi aqui mesmo, no entanto, que atrasos sempre houveram desde Santos Dumont, devido a neblina, chuva, vento ou qualquer outra condição metereológica que torne os vôos perigosos. Aí a culpa não é do Lula, não é da Infraero, não é dos controladores de vôo, não é do Papa... é de São Pedro.
O meu receio é que o Jornalismo, ao ser tendencioso, crie também tendências, nos torne tendenciosos. Aparentemente existe por parte de uma parcela dos meios de comunicação uma atitude mórbida de não analisar esses atrasos, creditando a Deus ou ao diabo a causa por eles. Tudo é culpa de algum diabo, e humano, que parece ter prazer em criar filas em aeroportos e fazer pobres coitados dormir em saguões. E não é bem assim.
Aparentemente também, a partir dos dados analisados até agora, o acidente do Airbus A-320 3054 de terça-feira não tem a ver com a liberação da pista do aeroporto de Congonhas após reforma. Parece mais serem causas humanas, mecânicas e/ou elétricas da própria aeronave, o que, convenhamos, também pode acontecer com nosso carro (com bem menos vítimas, é verdade).
Pelo que eu tenho conhecimento, a partir de entrevistas com técnicos especializados, o restante da obra, que deve ser realizada no próximo mês, apesar de aumentar a segurança da pista, não é fundamental e a pista, mesmo como está, já é mais segura do que era. Repito... de acordo com os técnicos que ouvi.
No entanto, fica minha pergunta: será que a pista teria sido liberada sem a conclusão integral da obra não fosse o atual caos aéreo? Será que, em condiçoes normais, sem pressões da sociedade, influenciada pela pressão da Imprensa, a gente não aguardaria sossegado o término das obras? Será que a Imprensa, no intuito de polemizar e/ou ganhar audiência, não nos transformou em espectadores tendenciosos dos fatos, enfiando sempre no mesmo saco problemas que não são sempre os mesmos? Ou seja: será que uma atitude não gerou (ou, pelo menos, influenciou) a outra? Será que uma análise superficial da situação de parte da Imprensa não criou uma revolta popular que, para ser minimizada, gerou a liberação em etapas da pista, que gerou novas críticas por parte da Imprensa, que gerou nova revolta, que gerou outra...
Como disse antes, o caos existe, os controladores pressionam (ironia, talvez até para que se opere com mais segurança, certo?), o governo se omite, a Infraero exime-se de culpa culpando pilotos americanos. Tudo isso eu sei. Mas sei também que estamos no inverno e que em muitas manhãs acordaremos com neblina sob nossas cabeças e aeroportos fechados... e que não há controlador que consiga, mesmo usando ventiladores ou leques, contornar esta situação.

17-7-2007



Resolvi transcrever aqui uma matéria com a qual comcordo em gênero, número e grau.



Mídia não pode presumir culpas



Por Alberto Dines em 19/7/2007



"O papel da mídia é levantar pistas, buscar testemunhos e descobrir evidências. Mas a mídia não pode prejulgar. Pode e deve extravasar a indignação e a revolta. Mas a mídia não pode presumir culpas.
O erro do governo na tragédia da Gol, ao longo de outubro passado, foi justamente o de permitir que o ministro da Defesa, Waldir Pires, lançasse suspeitas sobre os pilotos americanos para evitar que o governo fosse arranhado entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais.
Agora, nesta catástrofe, a mídia não pode cometer o mesmo pecado e embarcar em hipóteses delirantes sobre o comportamento dos pilotos da TAM. Eles não podem defender-se, estão mortos, e a caixa preta ainda não foi aberta. O que se espera da mídia é que seja veemente e perseverante para que o caso não seja triturado e esquecido em poucos meses, como costuma acontecer.
Há nesta tragédia da TAM ingredientes eminentemente políticos sobre os quais a mídia não pode calar-se. Estes sim devem ser questionados com rigor e denunciados. Quanto mais cedo melhor. Mesmo que o tersol do presidente Lula ainda não esteja completamente curado."

terça-feira, 3 de julho de 2007

Uma Receitinha Preguiçosa

Como lhes disse ao iniciar este Blog, minha idéia era de, de vez em quando, mesclar meus pitacos com alguma receita básica, o que não deixa de ser um pitaco na gastronomia. Não esperem nada sofisticado (bem, quem sabe, às vezes...) mas sim aquelas receitas práticas feitas especialmente prá que não tem tempo. Esta é tão fácil e ideal para esta época.



Bolo Fazendinha de Massa Pronta



Ingredientes:
1 caixa de Bolo de Milho ou Bolo de Milho Cremoso
200 g de goiabada
½ xícara (chá) de farinha de trigo
2 colhereres (sopa) de açúcar cristal


Prepare o bolo conforme as instruções da embalagem. Corte a goiabada em cubos pequenos e passe na farinha de trigo. Distribua a massa em uma fôrma redonda de cone no centro untada e enfarinhada. Espalhe a goiabada com cuidado por cima da massa. Leve para assar em forno quente por 40 minutos aproximadamente. Retire do forno e polvilhe com o açúcar cristal. Desenforme enquanto morno.

O país e lindo. Já o povinho....


Fiquei besta com a inauguração do Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, neste fim de semana. Andava meio envergonhado ao comparar a qualidade dos estádios lá de fora com os nossos, pobres estádios, receptáculos do esporte no País do Futebol. Dava vergonha, não dava? E olha que não estou falando de Inglaterra, França ou Itália. Vocês viram o estádio do jogo Brasil x Chile, lá na Venezuela? E olha que a cidade tem de oitocentas a quatrocentas e quatro (dependendo do programa de TV que você assistiu, rsrsrsrs) habitantes!


Me deu orgulho vendo ele todo pintadinho de novo, com aquelas cadeiras coloridas, lindas como nos estádios que eu vejo lá fora, aquela iluminação que ondula por cima das arquibancadas. Coisa de Primeiro Mundo. E os banheiros, então? Dá até prá fazer um xixizinho decente!...


Mas foi aí, nos banheiros, que me deu uma pontinha de preocupação. Prá ser sincero, pontinha, não, pontona. Afinal de contas, o estádio é, sim, de Primeiro Mundo. Já o povinho...


Vamos ver daqui há um ano. Daqui há dois.


Afinal de contas, qualquer um que passe por orelhões, lixeiras públicas, bueiros, paredes pichadas, sabe do que eu estou falando. Ah, Engenhão, que pena...

A César o que é de César e a Pedro o que é de Pedro

Voltando ao assunto "Jornalismo", existe uma premissa básica: o jornalismo informa... E agora, uma premissa minha: ... com imparcialidade. Mas, o que é informar? Tomemos, por exemplo, o assunto "Caos Aéreo". É o assunto do momento e o que se vê pelas TVs é uma sequência de cenas tristes, manifestações de passageiros irritados, até mesmo agressões físicas, no caldeirão de indignação em que se transformaram os saguões dos nossos aeroportos. Existem muitas causas para o problema desde a manipulação da crise por controladores de vôo até o "overbooking" exercido por algumas companhias aéreas. Isso, além de problemas metereológicos. E é aí que eu me apego.
Sei que interessa aos telejornalismos explorar o assunto de forma a torná-lo de interesse público, o que aumenta a audiência. Mas, quando, em nome da audìência, não se esclarecem devidamente os fatos, isso é manipulação de informação. E, o que é pior, aumenta a indignação dos passageiros que, mal informados, creditam sempre a fatores humanos, e mais propriamente públicos e empresariais, a situação caótica de cada nova onda de atrasos. E nem sempre isso é verdade...
Acho que muita pouca gente não assistiu a filmes como "Duro de Matar 2" ou "Aeroporto". Lembram-se das nevascas, dos aeroportos abarrotados, das dezenas de aeronaves voando ao redor das pistas sem autorização para pousar. Isso acontece e tem causas naturais e imprevisíveis. E acontece também aqui, já que, apesar de Terceiro Mundo, também fazemos parte da rede aeroviária. Existem neblinas e tempestades. Aqui, graças a Deus, quase não existe neve, mas se o vôo for para Nova York, por exemplo...
Isso sempre aconteceu, sempre foi assim e, a menos que demitamos São Pedro, dificilmente vai mudar. E isso não tem causa humana. Não adianta chiar, reclamar nos balcões, esbravejar para as câmeras de televisão. São Pedro não cede. É preciso sentar e esperar.
E é isso que as emissoras precisam dizer, ao cobrir esse tipo de atraso: "Olha, não é culpa de ninguém, ficou fechado 4 horas por falta de teto, vai atrasar os vôos daqui prá frente". O espectador tem que saber discernir e é o jornalismo que o informa quem pode ampliar esse discernimento. Não só pode... é sua função básica.
Ou então, vamos voltar a ver, como eu vi um passageiro entrevistado em dia de aeroportos da Argentina (veja bem: da Argentina) fechados por mau tempo: "É, agora só falta culpar São Pedro". E o pior: é isso mesmo, meu filho. Desta vez a culpa foi mesmo de São Pedro e aceite isso. Só reclame quando não for esse o caso.