segunda-feira, 19 de maio de 2008

O Juvenal está certo!



Tenho que concordar como Juvenal Antena, apesar de não gostar do personagem e da trilha que seguiu na novela "Duas Caras". Ou melhor, concordar com o Antônio Fagundes que, em entrevista dada ao Portal Terra, declara: "Seria legal ter (um beijo gay) se fosse uma novela gay, que tratasse do romance de dois homossexuais. A novela não precisa disso. Não é importante na trama para ter uma polêmica em torno desse desfecho. ". Se formos pensar, ele tem razão, e pressionar para que o beijo aconteça, de certa forma, já demonstra ser ele descartável. Se fosse imprescindível, aconteceria. Ainda mais: passou despercebido mas o primeiro beijo gay em uma produção televisiva nacional já aconteceu. Pode ter sido roubado, nem um pouco erótico (o que também acontece com a categoria dos "beijos heteros"), mas aconteceu, em "Queridos Amigos" e, apesar de noticiado, o fato não causou maiores problemas.


Levemos também em conta que, em qualquer expressão artística que nos detenhamos, tal beijo não é corriqueiro. Existe, aparece, sim, mas em pequenas doses, com um certo receio. Mesmo permitido, também nas ruas não é comum se enxergar um casal homossexual trocando beijos ardentes, nem ao menos "selinhos". Logo, por que cobrar da TV abraçar uma bandeira que nem ao menos os gays abraçam com fervor, em sua maioria? Se a TV é um reflexo cultural da sociedade e seu tempo, esperemos então que a própria sociedade mude. Aí então, o beijo gay aparecerá naturalmente em cena na novela das 9... e não incomodará quase ninguém. Hoje, ele ainda está confinado às minisséries das 10, o que, convenhamos, já é um passo.

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